O Que Esse Exame Pode Falar Sobre Sua Saúde Cardiovascular
Você sabia que a pressão arterial que você mede no braço pode não refletir a verdadeira pressão que chega ao seu coração e ao seu cérebro? Isso porque a pressão arterial varia ao longo do sistema circulatório, dependendo da elasticidade e do diâmetro das artérias. A pressão arterial mais alta ocorre na aorta, a maior artéria do corpo, que sai do coração e se ramifica em outras artérias menores. Essa é a chamada pressão central, que tem um impacto direto na saúde cardiovascular e no risco de eventos como infarto e AVC.
Mas como medir a pressão central, se ela está dentro do tórax? A resposta está na velocidade da onda de pulso (VOP), uma medida que avalia a rigidez das artérias e a propagação da onda de pressão gerada pelo coração. Quanto mais rígidas forem as artérias, maior será a VOP e mais rápido o sangue chegará à aorta, aumentando a pressão central. A VOP também está relacionada com a idade vascular, que é a idade estimada das artérias de acordo com o seu grau de envelhecimento.
A VOP é considerada um importante marcador de risco cardiovascular, pois está associada a maior incidência de doenças cardíacas, renais e cerebrovasculares. Além disso, a VOP pode ajudar a ajustar o tratamento da hipertensão arterial, pois nem sempre a redução da pressão periférica (medida no braço) implica em uma redução proporcional da pressão central. Por isso, alguns medicamentos anti-hipertensivos podem ter um efeito mais benéfico sobre a pressão central do que outros.
Como é feito o exame de VOP?
O exame de VOP é um método não invasivo, simples e rápido, que utiliza sensores colocados sobre as artérias carótida (no pescoço) e femoral (na virilha). Esses sensores captam as ondas de pulso nessas artérias e calculam o tempo que elas levam para percorrer uma determinada distância. A partir desse tempo, é possível estimar a VOP e a pressão central. O exame também fornece outras informações sobre a saúde vascular, como o índice de aumento da pressão sistólica, o índice de reflexão da onda de pulso e o índice de resistência periférica.
O exame de VOP é indicado para pessoas com hipertensão arterial, diabetes, obesidade, dislipidemia, tabagismo, histórico familiar de doença cardiovascular ou outras condições que aumentem o risco de rigidez arterial. O exame também pode ser útil para avaliar a resposta ao tratamento anti-hipertensivo e para monitorar a progressão da doença vascular.
Atualmente ja temos aparelhos que conseguem mensurar a pressão arterial central e a VOP de forma mais simples, prática, rápida e confiável. aparelhos semelhantes ao que fazer o exame MAPA (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial) e com custo bem mais reduzido e com a mesma acurácia dos exames antigos. (veja foto abaixo)
Como interpretar os resultados do exame?
Os valores normais de VOP variam de acordo com a idade, o sexo e a altura da pessoa. Em geral, considera-se normal uma VOP inferior a 10 m/s em adultos jovens e inferior a 12 m/s em idosos. Valores acima desses limites indicam um aumento da rigidez arterial e da idade vascular. Quanto maior for a VOP, maior será o risco cardiovascular.
Os valores da pressão central também dependem de vários fatores, mas em geral seguem os mesmos critérios da pressão periférica. Assim, considera-se normal uma pressão sistólica central inferior a 130 mmHg e uma pressão diastólica central inferior a 80 mmHg. Valores acima desses limites indicam hipertensão central, que pode estar presente mesmo quando a pressão periférica está normal ou controlada.
Como melhorar os resultados do exame?
A VOP e a pressão central podem ser reduzidas com medidas de prevenção e tratamento da hipertensão arterial, como:
- dotar uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, fibras e alimentos com baixo teor de sódio;
- Praticar atividade física regularmente, sob orientação médica;
- Evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo;
- Controlar o peso corporal;
- Controlar os níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos no sangue;
- Usar os medicamentos anti-hipertensivos conforme a prescrição médica, preferindo aqueles que têm maior efeito sobre a pressão central, como os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), os bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA) e os bloqueadores dos canais de cálcio.
Conclusão
A VOP e a pressão central são medidas que complementam a avaliação da pressão arterial periférica e fornecem informações importantes sobre o risco cardiovascular e a saúde vascular. O exame de VOP é um método não invasivo, simples e rápido, que pode ajudar no diagnóstico, no tratamento e no acompanhamento da hipertensão arterial e de outras doenças que afetam as artérias. Por isso, se você tem fatores de risco ou já tem hipertensão, consulte o seu médico sobre a possibilidade de realizar esse exame e conhecer melhor a sua idade vascular.
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